Dia Internacional da Mulher, por Claudia Meireles
“Se ainda celebramos o Dia da Mulher, é porque o Dia da Equidade de Gênero ainda não chegou”, escreve a jornalista
Por Claudia Meireles:
O dia 8 de março, quando se celebra o Dia Internacional da Mulher, não é uma data qualquer. É um tempo para enaltecer conquistas históricas, manifestar admiração por aquelas que lutaram antes de nós e reforçar os nossos compromissos com a valorização da mulher no mundo contemporâneo.
Não é incomum, nesta data, a dúvida sobre comemorar ou lamentar o fato de ser mulher. Acredito que há, sim, motivos para celebrar, mas sempre com a visão de que, ao mesmo tempo, ainda há muito a conquistar, pois não é preciso esperar mais um século para que mulheres possam viver em uma sociedade mais justa, inclusiva e respeitosa.
A sociedade benfazeja à mulher, no entanto, não vai cair do céu.
Se ainda celebramos o Dia Internacional da Mulher, é justamente porque o Dia da Equidade de Gênero ainda não chegou.
É necessário, para alcançar um futuro promissor, repensar a educação dada a meninas e meninos. E é premente, no tempo presente, viabilizar espaços para que mais mulheres, com as mais diversas características físicas, ocupem posições de liderança.
Enquanto uma mulher tiver medo de andar sozinha, ser violentada pelo simples fato de ser mulher, ou impedida de realizar seus desejos, ainda viveremos em uma sociedade moralmente atrasada.
Por isso, o Dia das Mulheres precisa ser todo dia. Precisa ser celebrado, com ação e comprometimento, no orçamento público, nas vagas de emprego, nas universidades, nas eleições e nos estádios de futebol.
Independentemente da atividade que realize, é preciso, mais do que nunca, se perguntar o que a organização para a qual atua faz pelas mulheres. Não fazer nada não é uma opção.
No fim, trata-se de cada um e uma fazer a sua parte para que não seja preciso repetir esta mesma pauta todos os anos. Até lá, seguimos na luta e celebrando as pequenas vitórias.
*Claudia Meireles é jornalista e colunista do portal Metrópoles